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CIM Contesta Plano de Recuperação e Resiliência
O Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes reuniu, extraordinariamente, para analisar e discutir o Plano de Recuperação e Resiliência (PPR), que se encontra em consulta pública. Este órgão, que integra os Presidentes das Câmaras Municipais de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais, considera que este Plano não atende às necessidades e pretensões do território, hipotecando o seu desenvolvimento e futuro.
Ironicamente, uma estratégia que assume a resiliência económica, social e territorial do país como a principal prioridade, apresenta-se como uma afronta à capacidade de resiliência deste território do interior. O Conselho Intermunicipal da CIM das Terras de Trás-os-Montes entende que este PRR nada mais é do que um paliativo para esta região, condenando-a a uma morte lenta e dolorosa.
Basta olhar para o que está previsto no mapa dos investimentos na ferrovia, defendida como um investimento de futuro para o desenvolvimento do país. Os distritos de Bragança e Vila Real são os únicos sem investimentos previstos neste campo. Uma zona completamente em branco, que revela que, apesar das mais valias da sua proximidade a Espanha e consequentemente à Europa, é totalmente esquecida pelo Governo. Aliás, de todos os investimentos reivindicados pela CIM apenas dois são contemplados no PRR (Ligação Vinhais-Bragança e de Bragança à Puebla de Sanábria).
O caso mais flagrante é o de Vimioso, cuja ligação rodoviária a Bragança, apesar de prometida e com projeto praticamente concluído não consta, temendo-se, agora, que as anunciadas promessas de concretização desta obra, não passem disso mesmo. Este é um investimento que desde sempre foi assumido como prioritário, até porque permitirá a ligação rápida de 2/3 deste concelho a Espanha. O Conselho Intermunicipal questiona a seriedade do Governo em todo este processo e reivindica a inclusão desta ligação. Caso semelhante é o da Ligação do IC5 de Miranda do Douro a Espanha, que apesar de ser um dos projetos assumidos como prioritários e acordados entre Portugal e Espanha, durante a última Cimeira Ibérica, não aparece no Plano.
Os autarcas não entendem a exclusão das Terras de Trás-os-Montes do PRR e contestam este documento, reivindicando que os investimentos, há muito reclamados pelo território, sejam incluídos no PRR. Para além das ligações rodoviárias, do estudo e investimento na ferrovia, em causa estão também o Aeroporto Regional de Trás-os-Montes, a ligação Macedo-Vinhais-Gudiña, a implementação da rede de fibra ótica em toda a região e cobertura total da rede 5G, a revitalização do complexo agroindustrial do Cachão, o investimento no regadio, investimento na saúde, o apoio à Rede Natura, aos Parques Naturais do Douro Internacional e Montesinho, bem como aos Lagos do Sabor e Parque Regional do Vale do Tua, o apoio à utilização de rede carregamento rápido em todos os concelhos, o apoio à implantação do hidrogénio na região, o apoio ao sistema de armazenamento de energia produzida na região.
Estas serão algumas das áreas a incluir na proposta a realizar no âmbito da consulta pública do PRR. A CIM das Terras de Trás-os-Montes relembra ao Governo que este território é parte integrante do todo nacional e que não pode ser excluído de uma estratégia que pretende “Recuperar Portugal e construir o futuro”, apelando, assim, para que não seja negado o futuro a este território e às suas gentes.